IGBÀDÚ – O CÉU E A TERRA, UM ESPETÁCULO NECESSÁRIO PARA A LISBOA DO SÉCULO XXI
Texto de Rose Mara Kielela Há algum tempo podemos ver em Lisboa um crescente interesse pela “cultura afro”, aulas de dança, de percussão, tecidos africanos, turbantes, etc, transitam pelas ruas lisboetas cotidianamente. Porém, muito desse interesse se dá no campo da necessidade contemporânea da branquitude de re-inventar o “negro tradicional” para encarcerá-lo novamente em uma identidade estanque no tempo, mais uma vez ditada e limitada pelo olhar eurocêntrico. Como nenhum movimento acontece sem que haja um contraponto, uma resistência, também podemos ver em Lisboa, uma efervescência de grupos, debates, eventos, artistas, que colocam em cheque as tensões raciais, e que mais do que tudo, se preocupam em enunciar um olhar afirmativo sobre a negritude e a africanidade, e é justamente nessa linha que a recém-nascida Cia. de Dança Afro Contemporânea Agadá atua. Fundada pelos 3 bailarinos negrxs Jorge Ciprianno, Lucia Afonso e David Amado, a companhia busca trazer um o...